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sábado, 4 de junho de 2011

É o capitalismo, seus "eco-bobos"!!!

A ararinha-azul pede humildemente que deixem ela ser extinta para não viver mais neste tipo de inferno.


ToNy pacheco



Todo mês de junho é sempre a mesma coisa: uma orquestra muito doida começa a tocar a música ambientalista em todo o planeta (eu acho que só na China é que não, porque o governo de lá parece preocupado em resolver a vida de 1,5 bilhão de pessoas...). Este ano teve até o "The New York Times" preocupado com as "espécies que serão extintas" com a construção da Usina de Belo Monte.
Claro que o jornalão não se preocupou com a destruição no meio ambiente americano e de outros países onde eles têm negócios quando os EUA, entre os séculos XIX e XX se transformaram na maior potência capitalista do mundo e transformaram a própria Terra num planeta capitalista.
E aí é que reside o problema: ninguém quer falar do capitalismo e de outras questões ideológicas que realmente ameaçam o planeta. Todos querem "desideologizar" a discussão, porque é mais fácil levar o assunto para o lado da salvação da ararinha-azul do que enfrentar tubarões multibilionários que transformam o planeta num local de ganhar dinheiro sem se preocupar com as consequências.

Vários outros temas são ignorados também. Vamos a alguns deles:

1) A superpopulação - até o final do ano, o planeta Terra terá 7 bilhões de pessoas em 200 países, sendo que quase a metade em apenas seis países - China, Índia, EUA, Indonésia, Paquistão e Brasil. Segundo milhares de estudos que estão disponíveis na web, você constatará que todos os especialistas em ecologia, economia, antropologia e outras áreas afins, concordam numa coisa: para que o ser humano possa ter acesso a uma vida digna no planeta, a população não poderia passar de 2 bilhões de pessoas.
Se todos os chineses, indianos, indonésios, paquistaneses e brasileiros quiserem (e eles têm direito inalienável a isso, é bom que se diga) ter uma vida digna como os europeus ocidentais, o planeta entrará em COLAPSO. Colapso total, mesmo. Mas o ser humano, com suas religiões oligofrênicas e os tubarões capitalistas necessitando de mão de obra barata, insistem em continuar a ideologia natalista que nos levará, fatalmente, à extinção em massa. Não da ararinha-azul, mas dos hominídeos.

2) A questão do capitalismo - os ambientalistas detestam a discussão ecológica baseada em política e economia, pois isto torna o assunto chato e não atrativo e exige uma coragem que a maioria não tem. A questão é que o capitalismo acelerou a partir dos anos após a II Grande Guerra (anos 1950 em diante). Com os avanços tecnológicos decorrentes do esforço de guerra, o modo de produção capitalista passou a seguir a trilha da OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA. Tudo é "inventado" com data de validade. Assim, lança-se um rádio, um automóvel, uma TV, a partir dos anos 1950, sabendo-se que no ano seguinte um novo rádio, uma nova TV e um novo carro serão lançados com "diferenciais" em relação àqueles do ano anterior.
Nos anos 1980, com a chamada globalização e a informática, esta OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA atinge o PAROXISMO, produzindo em duas pontas: numa, a necessidade descontrolada de mais e mais matérias primas não-renováveis e, na outra, uma quantidade de lixo tecnológico quantitativamente absurda.
Isto é o capitalismo. PRODUÇÃO DE NECESSIDADES FALSAS.
O seu tablet foi lançado anteontem e, hoje à noite, os gananciosos capitalistas do mundo inteiro (dos EUA à China, em todas as latitudes) já estão anunciando um novo tablet, com outros recursos que a propaganda fará com que você não consiga mais viver com o tablet do dia anterior. Você compra o novo e joga o velho no lixo, apenas para dar lucros estratosféricos a uma minoria gananciosa que administra o planeta.
E isso é em todos os setores: o biscoito recheado de hoje, amanhã será anunciado como o "novo" biscoito, com "muito mais recheio, muito mais sabor". O detergente em pó de hoje será substituído amanhã por um que lava "mais branco". Seu automóvel, cuja única função deveria ser levar você de cá pra lá e trazer você de volta pra cá, acabou de sair da concessionária e o fabricante já está lançando o modelo 2012 e nem chegamos na metade exata de 2011. Seu "novo" carro traz agora, não um airbag, mas dois, quatro, seis, uma cacetada de airbags que se todos forem acionados você não morre na batida, mas morrerá sufocado com certeza.
E o capitalismo é insaciável, como os vírus e as bactérias: no início do século XX a maneira de ouvir música eram os discos em vinil. Duraram décadas. Nos últimos anos do século passado, vieram em seu lugar as fitas cassete, logo depois os CDs, logo depois os MP3, MP4, logo depois os pendrive e agora os minipendrive e em menos de 20 anos você já jogou no lixo toneladas de porcarias entulhando o planeta desnecessariamente. Os fashionistas criam modas que se sucedem de maneira esquizofrênica e lá vai você jogando no lixo todas as suas roupas novas porque a onda agora é o "quadriculado". Xadrez este que vai encher os bolsos de uma quadrilha de especialistas em padrões quadriculados...
Tudo para DAR LUCRO a meia-dúzia de espertalhões, que você pode chamar de burgueses ou canalhas, tanto faz.

O BURACO É MAIS EMBAIXO

Então, a questão não é lutar para que 150 espécies não desapareçam por dia. No fim do período Cretáceo, a natureza se encarregou de destruir tudo que pesava mais de 5 kg e respirava, animais e vegetais. E repete estas extinções em massa com ou sem a nossa participação. E novas espécies aparecem todos os dias, pois o planeta é vivo.
O importante é SABER onde está o FUNDAMENTO. E o que acontece é uma luta política, de um grupo de seres humanos espertíssimos, uma minoria ínfima, que transformou o planeta no seu playground, de onde tira trilhões de dólares e muito, muito prazer, em detrimento da esmagadora maioria que vive em cidades SUPERPOPULOSAS e ATORMENTADAS por problemas crônicos de trânsito, transporte, saúde, educação, saneamento, insegurança e por aí vai.
Ou você acha que cidades INVIÁVEIS com milhões de pessoas é uma TENDÊNCIA NATURAL do ser humano se agregar?
NANANANINHA!!!
Os seres humanos são agrupados em cidades gigantescas porque o CAPITALISTA necessita que a mão de obra esteja PERTO dos LOCAIS DE PRODUÇÃO. Por isso ele criou as megalópoles. E como não tem interesse algum na qualidade de vida das pessoas, as megalópoles são para ser o INFERNO EM VIDA da maioria e nem pense que você terá uma vida confortável e FELIZ em Nova York, Londres, Xangai, São Paulo ou Salvador. VOCÊ NÃO SERÁ FELIZ, pois o bem-estar é privativo das classes dominantes. O resto é pra se lascar, ficar PAGANDO CONTAS, criando filhos para serem mão de obra barata nos conglomerados empresariais e COMPRANDO COISAS QUE NÃO PRECISA e destruindo o planeta.

A discussão, então, volta aos séculos XVIII e XIX, nos primórdios do capitalismo. Ou se altera este sistema, ou não adianta lutar pela ararinha-azul, pois no planeta INÓSPITO que estamos construindo, a ararinha-azul vai dar graças a Deus de ser EXTINTA.

Pronto. Falei.

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