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Mercedes S 63 L: 205 mil de desconto
É incrível, mas é verdade: enquanto pegam dinheiro do BNDES
com juros negativos (abaixo da inflação) e por isso continuam aumentando o
preço dos carros voltados para a classe média, as montadoras de veículos no Brasil dão descontos de até 205
mil reais num carro de milionário, como é o caso do Mercedes-Benz S63L AMG 5.5
V8, que baixou de 1,038 milhão de reais para 833 mil. Uma pechincha (kkkk)!
Esta é a mesma Mercedes da qual um dos diretores disse que vendia carros mais
caros no Brasil do que em outros países “porque o brasileiro gosta de pagar
mais caro” ou coisa que o valha.
Outra “pechincha” vem da Maserati, cujo Quattroporte 3.8 V8
baixou 100 mil reais: de 1,350 milhão para 1,250 milhão. A Porsche não ficou
atrás, baixou 65 mil reais o preço do Panamera S 3.0, de 758 para 693 mil
reais. A Audi tirou 47 mil reais do preço do seu A4 2.0 Avant, que passou de
187 mil para 140 mil. Os preços promocionais estão na tabela da revista “Quatro
Rodas” de dezembro de 2016.
“MÍDIA DA RODA” NÃO FALA
Os pouquíssimos jornalistas que se dedicam a analisar o
mercado automobilístico brasileiro com isenção (não fazem parte da “Mídia da
Roda”, aquela concorrente da “Mídia da Bola”, que cuida do futebol...), ficam
estarrecidos ao comparar o comportamento das montadoras americanas na crise de
2008/2009 com as mesmas montadoras instaladas no Brasil nesta “crise” atual. Nos
EUA a maior montadora, a General Motors, valia 100 bilhões de dólares nos anos
1990 e, em 2008, caiu para menos de 6 bilhões de dólares. A solução encontrada
foi vender todos os carros zero pela metade do preço. Assim conseguiu-se uma
recapitalização e com a ajuda financeira do governo americano, o mercado saiu
do inferno astral.
Mas, no Brasil, não. Nos últimos dois anos, o mercado de
carros zero no Brasil caiu 30%, mas os veículos que são oferecidos à classe média,
NENHUM BAIXOU de preço. Pelo contrário, continuam sendo remarcados todos os
anos como se “crise” alguma os abalasse. E por que? Porque, nas administrações
de Lula, o governo federal simplesmente abriu mão de parte do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) e o governo, e não as montadoras, promoveu uns
10% de baixa no preço dos carros. Também passaram a emprestar dinheiro às
montadoras estrangeiras (tautologia, pois todas são estrangeiras...) com JUROS
ABAIXO DA INFLAÇÃO. Ou seja, as montadoras não precisam se preocupar com queda
nas vendas, pois pegam dinheiro quase de graça nas mãos do governo, segundo
Marcos Lisboa declarou à revista “Quatro Rodas”. Se reemprestassem o dinheiro
que recebem do BNDES, seria melhor para as montadoras turbinar seus bancos próprios
do que produzir carros... Lisboa foi secretário de Política Econômica do Ministério
da Fazenda (2003-2005), no governo Lula, e disse textualmente: “O setor
automotivo é o mais protegido da economia brasileira (...) as fabricantes de veículos
ganham benefícios como juros abaixo da inflação via BNDES”. E o governo do Sr.
Temer, do PMDB/PSDB/DEM não alterou isso, daí os preços continuarem subindo
como se não houvesse amanhã...
Soluções à vista? Nenhuma. Com este formato inalterado: 1) montadoras
aumentando preços e vendendo aos brasileiros carros por preços maiores que no
restante do mundo e para um público que ganha salários ridículos, como é o
brasileiro; 2) governo tapando os buracos financeiros das montadoras com juros
negativos, mesmo que o mercado de carros zero caia dos 30% para 50%, nem assim
as montadoras venderão seus produtos mais baratos para os brasileiros. A não
ser aqueles brasileiros “mais iguais que os outros”, parodiando George Orwell.
Para estes a Land Rover tem um descontão de 44 mil reais no Range Rover Vogue
4.4 V8 Diesel, que de 650 mil pulou para baixo: 606 mil reais. E aí, vai se dar
este presente de Natal?
CARROS PARA QUEM "SOFRE COMO RÉU " NA OPERAÇÃO LAVA-JATO...
Land Rover Range Rover Vogue
Maserati Quattroporte
Porsche Panamera
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