“Festa estranha com
gente esquisita”
("Eduardo e Mônica", Legião Urbana)
Tony Pacheco *
Antes de começar, quero deixar claro que este não é um “post”
contra a religiosidade de ninguém. Religiosidade é uma coisa que geralmente é
boa. Nos acalma, nos dá resignação quando estamos desesperados, nos dá
esperança, nos ajuda a viver. Este artigo é contra os “VENDILHÕES DO TEMPLO”,
aqueles espertalhões que VENDEM DEUS e não entregam. Os que transformam a religiosidade
num negócio, geralmente sujo.
Shiva, o pai (José?), Parvati, a mãe (Maria?) e Ganesh, o filho (Jesus?): séculos antes de Cristo, o mesmo mito.
Natal é época de dar presentes, como no mito dos Reis Magos
e, por isso mesmo, gera alegria ou tristeza e um consumismo desenfreado. Mas é também época
de muito mal-estar psicológico para quem perdeu entes queridos, sejam pais,
filhos ou amigos. Ou para as pessoas pobres (a maioria) que não podem realizar as fantasias de consumo que a época sugere.
É a época em que há muita crise de depressão e, no Ocidente,
muitas tentativas de suicídio. Mas, de onde surgiu mesmo a comemoração do Natal?
Este artigo-pesquisa que voltamos a publicar pode libertar você que está
deprimido com esta comemoração religiosa ao ver que, na realidade, esta data
não tem nada, mas absolutamente nada mesmo, com o nascimento de Jesus Cristo, um
deus que, como veremos, nem se sabe ao certo quando teria nascido.
Importante ressaltar, no entanto, que este texto não é
contra a religião cristã, é apenas o levantamento histórico das manobras e
roubos de datas e liturgias que os clérigos cristãos fizeram com outras
religiões anteriores à sua, mais ou menos como o que os evangélicos hoje em dia
fazem com o Espiritismo e o Candomblé ao roubar seus “passes” e outras
liturgias que são modificadas e apresentadas como coisas cristãs, mas que nós
sabemos que não o são.
Ser religioso é uma coisa que pode ser muito boa, levar-nos
para o caminho do Bem e nos dar grande conforto emocional, se você não permitir
que seu sentimento religioso seja manipulado por espertalhões, que Cristo
chamou de “vendilhões do templo”. Seja cristão, ninguém pode nem deve impedir
isso, agora, não seja ignorante, porque aí é imperdoável.
1. QUEM NASCEU, MESMO? O Natal – 25 de dezembro é, na
verdade, o dia da festa de vários deuses. Krishna, na Índia, 3.200 antes de
Cristo. Hórus, no Egito, 3.000 antes de Cristo. E o mais famoso de todos, a
quem os cristãos perseguiam pois comandava os exércitos de Roma, Mithra, o deus
guerreiro. O Natal é a festa de nascimento deste deus: “Natalis Solis Invicti”,
ou nascimento do deus Sol invencível, também chamado Mithra, divindade oriental
que chegou ao Ocidente através de Alexandre, O Grande, quando de sua vitória
sobre o Império Persa, três séculos antes do nascimento de Jesus Cristo. O
próprio imperador Constantino, que tirou o Cristianismo da clandestinidade a
pedido de sua mãe, era o sumo sacerdote (equivalente ao papa) do Mithraísmo, a
religião das legiões romanas.
A festa do “Natalis Solis Invicti” coincidia, no calendário
juliano (anterior ao nosso atual, o gregoriano), com o solstício de Inverno no
Hemisfério Norte. Em todo o mundo civilizado, 25 de dezembro era data de festas
para comemorar o nascimento de deuses: Mithra, o Sol Invicto, em Roma, na
Grécia ou na Pérsia. Adônis, no Império Romano. Dioniso, na Grécia. Osíris, no Egito.
2. O VELHO DEUS-MENINO. Mithra, o Deus Sol Invicto, nasceu
do deus-supremo Aúra-Masda, que “despejou a sua luz” sobre uma virgem, Anahira.
O seu nascimento era celebrado como “o deus menino Mithra, que traz luz ao
mundo” (você já ouviu isso em algum templo cristão, não é mesmo?). E mais: a
representação de Anahira com o menino-deus Mithra é totalmente igual à de Maria
com Jesus. Aliás, este é um mito recorrente: também Hórus, deus-menino no
Egito, filho de Ísis e Osíris, é representado com a mãe de maneira igual às
madonas que os pintores cristãos difundiram, numa imitação, uma “chupada”, como
se diz na publicidade.
Os cristãos sempre estiveram divididos sobre se Jesus é um
deus ou um homem-santo, mas mais divididos ainda ficam até hoje com a
virgindade de Maria. Basta dizer que somente em 1854 (há 160 anos, portanto) a
Igreja teve coragem de “oficializar” esta virgindade.
Ísis e seu filho Hórus, deuses egípcios que deram origem às nossas imagens de Maria com Jesus
3. A MÃE VIRGEM. Buda, “O Iluminado”, também nasceu de um
deus elefante que engravidou uma virgem. E até Alexandre, O Grande, para
justificar a sua adoração como deus pelas tropas, era tido como nascido de uma
cobra sagrada (sic) que teria visitado sua mãe, Olímpia, na Macedônia. O povo,
definitivamente, acredita em tudo. Já existem milhões de seguidores de um Deus
Espaguete na Internet. Confira em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastafarianismo
4. MORTOS E RESSUSCITADOS. Mithra, o Deus Sol Invicto, bem
antes de Cristo, também foi assassinado, como Cristo, e como Cristo, colocado
num sepulcro de pedra e ressuscitou no terceiro dia. Tudo isso, repito, mais de
um século antes de Cristo. Mais “coincidência” do que isso, impossível: os
bispos católicos do início do Cristianismo "chuparam" as histórias de
outras religiões, de outros deuses, e atribuíram ao filho do Deus que eles
queriam impor.
5. NATAL ERA EM JANEIRO. Na verdade, nos primeiros séculos
do Cristianismo, o nascimento de Jesus era comemorado no mesmo dia da festa dos
Reis Magos, em 6 de janeiro, porque não há um registro histórico sequer da data
exata do nascimento de Jesus. Nem mesmo a Bíblia tem este registro. E a Igreja
Ortodoxa (que é cristã e representa 300 milhões de pessoas na Europa e Ásia)
continua comemorando em janeiro. Pegaram o 25 de dezembro porque era o
nascimento de outros deuses reverenciados no Império Romano e, assim, podiam
"roubar" crentes de outras religiões.
6. É CRISTO OU KRISHNA? Os presentes que Cristo teria
recebido dos Reis Magos (ouro, incenso e mirra) são absolutamente os mesmos que
o deus Krishna recebeu em seu nascimento nas escrituras hinduístas. Só que
Krishna, deus na Índia até hoje, “nasceu” milhares de anos antes de Cristo...
Outra "chupada".
7. PROFETA OU DEUS? A divindade de Jesus Cristo só foi
“oficializada” em 19 de junho de 325 d.C., no Concílio de Nicéia, convocado
pelo imperador Constantino, do Império Romano. Este imperador era também o Sumo
Pontífice do culto ao deus Mithra, o Sol Invicto, e só foi batizado pelos
cristãos depois de morto ou poucos minutos antes de morrer, não se estabeleceu
ainda ao certo. Até 325 d.C., Cristo era tido pelos cristãos como apenas um
profeta, como, até hoje, ele é reverenciado pelos muçulmanos e judeus. Só um
profeta.
8. MANOBRA DA MÃE POSSESSIVA. O Cristianismo só foi
oficializado pelo imperador Constantino porque sua mãe, Helena (depois chamada
de Santa Helena pela Igreja Católica), era cristã e guiava os passos do filho
para a transformação da “Religião do Carpinteiro”, como era conhecido o
Cristianismo, em religião oficial e única do Estado Romano. Como Mithra, o Sol
Invicto, era o culto majoritário, era mais fácil impor o Cristianismo se as
datas e liturgias mithraístas fossem absorvidas pela nova religião. E assim
foi. Mas a oficialização do Natal se deu mesmo com o papa Libério, em 354. Isto
é, 354 anos depois que Jesus teria nascido. Não é mole não!
9. UM SÍMBOLO CRUEL. A cruz, tão reverenciada pelos cristãos
até hoje, não era o símbolo que os apóstolos usavam. Claro, Cristo foi crucificado
pelo Império Romano. Como usar o símbolo do martírio da própria divindade? Mas
o imperador Constantino, precursor de nossos marqueteiros modernos, necessitava
de um símbolo simples para a nova religião (o Cristianismo, com datas, símbolos
e liturgias mithraístas). O peixinho (que agora você vê no fundo dos carros
como adesivo...) é que era o símbolo oficial dos cristãos, mas não tinha força
e era difícil de ser desenhado e reconhecido. Então Constantino oficializou a
cruz como símbolo da nova religião e fez colocar o símbolo no escudo de suas
tropas. Uma maldade. E sob este símbolo Constantino matou seu filho, o cunhado,
uma das suas várias mulheres, o sobrinho e milhares de “infiéis”, igualzinho os
muçulmanos fazem hoje em dia em seus atentados mundo a fora.
E sabe aquela auréola na cabeça dos santos
católicos? É o disco solar dos deuses egípcios e de Mithra, o Sol Invicto. Não
confiem em mim. Vão ao Google. É só ir lá e conferir. Em publicidade chama-se a
isso “chupada”.
10. ROUBARAM A ÁRVORE. Muito antes de Jesus Cristos e seus
adeptos, o Natal era uma festa também para os seguidores de Saturno, deus da
agricultura em Roma, séculos antes de Cristo. E nas “Saturnálias”, no 25 de
dezembro, o povo dançava e adornava árvores com máscaras de Baco, deus do
prazer e das bebedeiras. Já os druidas (sacerdotes dos povos celtas), adornavam
carvalhos com maçãs pintadas de dourado. Os egípcios colocavam folhas de
palmeira dentro de casa em dezembro reverenciando seus deuses. Na Babilônia,
Ninrode casou com a própria mãe e renegou o pai, o Deus Baal. Semíramis, a mãe,
depois da morte prematura do filho Ninrode (chamado por ela “o Messias”, filho
do Deus-sol, Baal), garantiu que ele ressurgiu dos mortos quando um pedaço de
pinheiro renasceu do nada. Ressurreição e pinheiro. Por aí você já vê de onde o
padre Martinho Lutero (1483-1546) tirou a ideia de enfeitar um pinheiro com
velas na época do Natal... Lutero, posteriormente, renegou o Catolicismo e deu
uma de imperador Constantino e fundou a sua própria religião, o Protestantismo,
que hoje você conhece como “evangélicos” ou “crentes”.
Em resumo, é triste informar que o Natal que os cristãos
comemoram é uma festa pagã, do nascimento de deuses pagãos, com enfeites e
simbologias pagãs. O Natal não tem sequer uma referência na Bíblia. Justo a
Bíblia que os cristãos adotam. Mas, ao mesmo tempo, é sempre LIBERTADOR SABER A
VERDADE, assim, as pessoas deixam a depressão de lado nesta data e podem se
salvar de tentativas depressivas que podem leva-las até ao suicídio. É bom
sempre lembrar: família perfeita, só em comercial de margarina e mundo perfeito
não existe. E neste mundo, tudo que começa é pra um dia acabar, portanto, é
necessário que VIVAMOS COM A MÁXIMA ALEGRIA POSSÍVEL, cada dia de nossas vidas...
* tonY Pacheco é jornalista-radialista profissional formado pela UFBA e fez Psicanálise na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil, uma sociedade, por sinal, ultracristã...
Duvido que um por cento das pessoas saiba disso tudo.
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