TONY Pacheco*
Cristo seria, assim, o irmão mais novo de Krishna, deus indiano, haja vista que Krishna é adorado ininterruptamente na Índia desde 3.200 antes de Cristo até hoje...
Já o nascimento de Mithra (100 anos antes de Cristo), também comemorado em 25 de dezembro, foi que deu origem ao nosso Natal, pois era a festa dos guerreiros romanos, que a Igreja Católica espertamente conseguiu cooptar
Os bispos da Igreja Católica, que foram os primeiros
cristãos, por séculos foram revestindo o Natal de várias simbologias que causam
grandes alegrias em alguns, mas provocam também profundo desconforto na
maioria: Jesus e sua família perfeita podem ser fonte de neuroses terríveis e
dezembro, em todo o Ocidente, é um mês de muitos suicídios.
E por que isso? Porque a ignorância dos fatos que estão por
trás do Natal é alimentada pela sociedade ocidental. Se você souber que Jesus
não nasceu em 25 de dezembro e isso não for suficiente (vide texto que
publicaremos amanhã sobre as VERDADEIRAS origens da comemoração), pense ainda
que, mesmo que fosse verdade que Cristo tivesse nascido nesta data, só 1,9
bilhão de pessoas acreditam nisso. O mundo tem 7,2 bilhões de habitantes e 1,8
bilhão são muçulmanos; 900 milhões são hinduístas; 900 milhões não têm religião
alguma; 400 milhões são adeptos de deuses familiares chineses; 300 milhões são
animistas (tipo os orixás) e quase 200 milhões são ateus militantes. A maioria
esmagadora (5,3 bilhões de pessoas) não acredita em Cristo e no dia 25 de
dezembro a maioria dos habitantes deste pequeno planeta estará fazendo tudo,
menos ceia de Natal.
Portanto, você NÃO ESTÁ SOZINHO. Jogue a depressão para o
alto. E lembre-se: família perfeita como a de Jesus ou de Ganesh, nem se
preocupe, só existe em comercial de margarina. Aquele papai-e-mamãe com
filhinhos em volta da mesa? Nem sonhe. Assista ao filme "Parente é
serpente" (tem na Internet de graça...) e veja a arte imitando a vida
real: família é guerra, principalmente nestas festas. E não é que seja errado,
é que nós humanos somos assim mesmo... Se ligue nisso antes de se entregar à
nostalgia...
Agora, que você sabe que Jesus não nasceu em dezembro, que
não há uma linha sequer na Bíblia que fale em Natal e que “Natalis Solis Invicti” (nascimento do invencível deus Sol) é
uma festa pagã para um deus dos guerreiros macedônios e romanos chamado Mithra,
pode pedir comida chinesa delivery, assistir um bom filme, beber um bom vinho
e... adeus depressão!
O PAPAI COCA
Já o Papai Noel que você vê hoje em dia na TV, até 1931, não
era exatamente assim. O mito de Noel é baseado na vida real de um bispo cristão
da antiga Turquia, quando ali não era um país muçulmano ainda. Chamava-se
Nicolau e viveu por volta de 280 d.C. Ele era famoso por arrecadar coisas entre
os ricos e distribuir para os pobres. Uma espécie de Teresa de Calcutá, Irmã
Dulce, por aí... Daí criou-se o mito do bom velhinho que distribui brinquedos
no Natal. Só que ele era simbolizado como um velhinho vestido com roupas de
frio... marrons.
E sempre foi um velhinho de barbas brancas e vestes marrons
até que, em 1931, segundo texto da insuspeita revista “Pais&Filhos”, os
marqueteiros da Coca-Cola resolveram embarcar no espírito natalino. Só que
marrom só tem a ver com a cor do líquido, mas não com as cores-símbolo da
empresa de refrigerantes: vermelho e branco. O que fizeram os marketeiros? Na
campanha publicitária do Natal de 1931 a Coca-Cola inventou o novo Papai Noel:
vestido de vermelho com detalhes brancos, a marca da... Coca-Cola.
Sim, é isso aí: o que nós reverenciávamos, quando éramos
pivetes, e você ensina aos pimpolhos até hoje, é uma jogada de marketing de
1931. Da Coca-Cola.
Como Coca-Cola não passa de açúcar líquido, acho que isso
explica a obesidade epidêmica no planeta de 1931 para cá: tá todo mundo gordo.
E engordando mais a cada Natal hehehehhehehee.
* tonY Pacheco é jornalista-radialista profissional formado pela UFBA, estudou também Psicanálise numa sociedade psicanalítica pra lá de conservadora e cursou Economia nas universidades federais de Juiz de Fora e Bahia. Gosta de todas as religiões, mas acredita que o que liberta mesmo é a Verdade.
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