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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O QUE É QUE A BAHIA TEM? TEM ESTRADAS E RUAS ESBURACADAS TEM, TEM...

JORNAL COMENTADO 163
6:36 – 07.10.2013 – Segunda-feira
TONy pacheco*


Dois trechos da BA-001, que liga Salvador ao Morro de S. Paulo e é o principal portal turístico de entrada na capital baiana.  

“Só a Bahia não tem vergonha do turismo”
(jornal "Correio")

Ricardo Freire abre, hoje, o Fórum Agenda Bahia, em Salvador, e estranha que os formadores de opinião estejam tão divorciados dos governantes baianos. Resolvi ser rápido e caceteiro: pode um povo ficar satisfeito quando vê que o principal portal  turístico rodoviário de entrada em Salvador está completamente abandonado? Pode um povo ficar satisfeito de ver todas as ruas de sua capital completamente abandonadas, cheias de buracos, infelicitando quem anda de carro, ônibus, moto ou bicicleta?
Bem, se Ricardo Freire acha que é possível você ser totalmente infeliz e ainda assim continuar falando bem de onde você vive, ele já atingiu um estado de equilíbrio emocional que nem Gautama Buda e Madre Tereza conseguiram...
Quero falar, por exemplo, de um destino turístico nacional e internacional, a meio caminho entre o Sul/Sudeste do Brasil e a ex-Boa Terra. Trata-se de Morro de São Paulo. Para que o turista que chega de avião à Bahia possa se deslocar até Morro e fazer TURISMO DE VERDADE, ou seja, alugar um carro e sair conhecendo as riquezas naturais e humanas do destino turístico, ele terá que sair do seu hotel e pegar a fila do ferry-boat para se deliciar com a visão da Baía de Todos os Santos. Aí começam os seus problemas. Ao contrário de todos os destinos do mundo, a Bahia só faz piorar. Existia, até uns seis anos atrás, um “Serviço de Hora Marcada” no ferry-boat. Você ia ao Shopping Barra e confortavelmente marcava o dia e a hora em que queria adentrar com o carro no navio para ir a Itaparica e, dali, a Nazaré das Farinhas, depois a Valença, estacionar o veículo e pegar uma lanchinha rápida, se estivesse com muita pressa de chegar ao Morro e relaxar, ou uma lanchinha lenta, se quisesse se maravilhar com o extenso manguezal entre Valença e Morro.
Mas, agora, não. Como tudo por aqui, PIOROU, agora, você se mete numa fila de carros para entrar no ferry e se for entre sexta e domingo, PREPARE DE QUATRO A SEIS HORAS para chegar em Itaparica, o que antes demorava 45 minutos.

“O divórcio entre os formadores de opinião e a administração forjou algo que eu nunca tinha visto: baianos falando mal da Bahia.”
(Ricardo Freire, gaúcho, especialista em Turismo, no "Correio")

Passado o primeiro vexame, você se depara com uma rodovia turística que o levará a Nazaré e a Valença. Se você é um turista muito, muito rico mesmo e não gosta de ficar voando de helicóptero, pois isso NÃO É TURISMO, deverá ter um Land Rover Defender à sua disposição, pois o Governo do Estado da Bahia consegue a proeza de manter invariavelmente ESBURACADA a BA-001, uma rodovia estadual que se houvesse um mínimo de "tesão administrativa", deveria ser a JÓIA DO REINO DA BAHIA. Mas não. Entre Nazaré das Farinhas e Valença, você enfrentará tantos buracos que só um Land Rover Defender poderá vencer este trecho. O vice-governador do estado, que é o responsável por nossa infraestrutura, parece não ter a menor noção do que significa a BA-001. O governador Wagner, ao contrário, no seu primeiro mandato fez questão de inaugurar uma nova parte desta importante rodovia, fazendo uma estrada ecológica entre Camamú e Itacaré. Mas, o seu vice resolveu avacalhar o trabalho do mandatário e manteve o início da rodovia totalmente abandonado.
Agora, imagine no sentido contrário... Quando o turista rodoviário vem do Sul/Sudeste (turistas estrangeiros também adoram este percurso, pois passa por tudo que a Bahia tem de melhor em paisagens, como Abrolhos, Cumuruxatiba, Trancoso, Porto Seguro, Cabrália, Canavieiras, Olivença, Ilhéus, Itacaré...), na altura de Itabuna ele é convidado por placas a pegar a BA-001 e chegar a Salvador pela beira-mar, passando em Ilhéus, Itacaré, Costa do Dendê, Morro de S. Paulo, Ilha de Itaparica e, via ferry, chegar à capital, vislumbrando a nossa skyline a partir do mar). Tudo muito lindo, né? Não, não é. Entre Camamú e Valença a estrada é uma bagaceira de quebra-molas e imperfeições na pista. Entre Valença e Nazaré tem buracos dignos de campeonatos de cross. E se o carro do turista chegar inteiro até o ferry, demorará, às vezes, seis horas na fila e, ao final, pegará uma EMBARCAÇÃO VELHA como o mundo.
Chegando a Salvador, o turista pensará que está chegando na Lua, pois Salvador não tem mais ruas com buracos. É só cratera lunar, costelas-de-vaca, ausência total de sinalização horizontal nas vias, enfim, NÃO DÁ PRA SER FELIZ.

E, aí, “seu” Ricardo Freire!? Dá pra não se divorciar litigiosamente do tipo de administradores como os nossos?

* tonY Pacheco é jornalista-radialista profissional formado pela UFBA. Estudou Economia na Universidade Federal de Juiz de Fora e na Universidade Federal da Bahia e formou-se em Psicanálise na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil.

3 comentários:

  1. Cidadão, vai falar mal de Minas Gerais, da Alemanha, de teu país, os EUA, do diabo que o carregue...
    Qual o país que é perfeito? Exceto o teu, os EUA, nenhum outro. Quando o governo era dos DEMOS tu nunca disse uma palavra agora deita falação como o um louco apontado com teu dedo imundo até as crateras da lua, lá e cá...
    Tu surtou, psicanalista de araque...

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  2. Prezado Tony, leia esta matéria pois diz respeito a nossa profissão, tão depreciada pelos caras do PT, que fazem jornalismo chapa branca nas redações enquanto nós nos esmeramos em defender nossos empregos.

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/116961/DCM-ombudsman-pode-ter-tido-sinceridade-suicida.htm

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    1. A pergunta que não quer calar, amigo, é: quem monta uma empresa é para falar dos seus interesses ou dos interesses alheios? Na "Folha" se defende os interesses dos donos da "Folha". E na TV Brasil se defende os interesses do Planalto. Não sei se há jornalismo de empresa privada no qual possamos falar contra os interesses do dono, nem aqui nem na Suécia nem em Uganda. É horrível admitir isso, mas é o mundo real.

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