Ricardo Líper
A partir de um inteligente comentário feito por um leitor, quero responder dizendo que Foucault sofreu a influência de Nietzsche. Na realidade, foi Nietzsche quem viu em tudo e nos homens, evidentemente, as relações de poder. Daí a vontade de poder que move a todos e ao mundo. Sim, tendo poder tem dinheiro e tendo dinheiro tem poder. O que Foucault percebeu, dito de uma maneira mais popular, foi que só existem os otários e os sabidos. O sabidos manipulam o discurso, o que dizem e escrevem não com a finalidade de conhecer a verdade ou fazer o bem para os outros, mas para adquirir poder. Quem tem uma suposta verdade na qual todos acreditam, daí a ciência ser uma privilegiada, porque se autoproclamou verdadeira, tem o poder e com o poder o dinheiro. Os otários serão os que acreditam nos discursos. No que os outros espertalhões dizem que são e porque são e o que fazem. O x da questão é esse. Todos querem ser os donos da verdade porque é ela a chave para se acumular capital, oprimir os outros e explorá-los da maneira que se quiser. Não é mais o senhor e o escravo, é o sabichão e o otário. Ao possuidor da verdade, mesmo científica, você se submete como um crente ao seu pastor, ao Papa, à mãe de santo, ao adivinho, ao médico, ao psiquiatra, ao jurista, ao deputado, ao governo. Mesmo que eles exijam de você muitos sacrifícios e comportamentos que vão contra a sua vontade. Tudo porque eles têm a verdade e discursam sobre ela, o impressionando, por você ser, muitas ou algumas vezes, otário. Para Foucault, no meu entender, a verdade, se é que existe, é o noumenon, a coisa em si de Kant, que não atingimos porque só se atinge o discurso.
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