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quarta-feira, 27 de abril de 2016



SR. FHC, NÃO TEMOS COMPLEXO DE INFERIORIDADE, OS POLÍTICOS NOS TORNARAM UM PAÍS INFERIOR. 

Alex Ferraz

A Federação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas acaba de rebaixar o Brasil no ranking da segurança de voos. Motivo: o tremendo risco dos balões, que povoam nossos céus o ano todo, com formidável intensificação nesta época do ano.
Mas não é só na aviação que o País tem feito um pouso forçado nos últimos tempos. Estamos péssimos no ranking da educação, da saúde pública, da segurança pública (somos campeões de assassinatos no mundo!), da economia e, claro, da ética. Para não falar no desmoronamento do futebol brasileiro, que chega a ser motivo de chacota na Europa.
Certa vez o então presidente FHC disse aos que criticavam o País que o brasileiro tem “complexo de inferioridade”. Foi uma das besteiras ditas pelo intelectual mandatário tucano. Não temos complexo de inferioridade. Temos sido, isto sim, há décadas, conduzidos à inferioridade por dirigentes e políticos em geral que fazem questão de manter o povo na mais abjeta ignorância, alienado, pois assim podem manter as rédeas sobre uma população que é obrigada a ir às urnas para autenticar a eleição de gente que se abastece dos cofres públicos.

“Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos.” (Diogo Mainardi, jornalista)


Ainda sobre a “inferioridade” (I)
Vejam o que acontece com as obras públicas neste País (exemplo mais recente vem, da ciclovia do Rio), onde não há fiscalização, não há responsabilidade alguma por parte de empreiteiras e seus engenheiros (se é que podem ser chamados de engenheiros), e sobram superfaturamentos, que, aliás, já viraram coisa “normal.”

Ainda sobre a “inferioridade” (II)
Veja o que acontece com a segurança pública, onde alguns governantes chegam a aplaudir a ação fascista da Polícia, que invade casas e matam  inocentes, mas só nos bairros pobres; onde o crime organizado cresce como bambu, dotado de armas cada vez mais sofisticadas; onde conduzir-se de ônibus, seja na cidade, seja nas estradas, virou torturante aventura sujeita a assaltos e mortes; onde, enfim, temos que olhar para trás, assustados, a cada passo, em qualquer rua ou avenida. Isto não é complexo de inferioridade, senhores. Isto é inferioridade real!

Ainda sobre a “inferioridade” (III)

Finalmente, olhem para nossos políticos. De TODOS os partidos, ditos “representantes” do povo. Trabalham arduamente quando se trata de defender interesses deles (poder e dinheiro), sorteiam ministérios como moeda de troca, entregando o comando de setores cruciais a gente que nada entende do assunto; postam-se como raposas à espreita da galinha dos ovos de ouro do erário, e sorriem, descabidamente, quando se lhes joga na cara um processo de por tremenda e milionária corrupção. É isso aí.

Enfim, uma superioridade!

Em Pindamonhangaba (SP), dois sujeitos, ditos os principais comerciantes da cidade (um deles dono de grade revenda de carros), faziam um “pega” (ou “racha”, como chamam lá) e, a 150km/h em avenida com limite de 30 km/h, um deles bateu no carro de uma família, que capotou, matando uma garota de sete anos e ferindo gravemente a mãe.
Bêbados, foram conduzidos a uma delegacia, mas a delegada os liberou imediatamente. E tem mais: a Polícia permitiu que eles retirassem seus veículos do local, em guincho próprio (mexeram na cena do crime) e até ontem ninguém sabia onde estavam os carros. Podemos, sim, ter complexo de superioridade...Em impunidade!

AGORA, ACABOU A VACINA!


Por que as pessoas têm que varar madrugadas na porta de postos de saúde para conseguir, quando conseguem, ser vacinadas? Por que não se faz como antigamente, quando havia vacinas em hospitais e postos públicos durante TODO o ano? As atuais campanhas de vacinação em massa são, na verdade, mais um instrumento do maldito marketing político para angariar simpatia, mas o tiro tem saído pela culatra por causa do descaso geral no atendimento E, pasmem, em também pela falta de vacinas! Esse país é mesmo uma tragédia...

Alex Ferraz é repórter e colunista (coluna "Em Tempo") da "TRIBUNA DA BAHIA" e publicamos estes textos a seu pedido.

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