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domingo, 13 de setembro de 2015

Levy/Necker, São Paulo/Salvador irmãs no caos no trânsito e por aí vai...

JORNAL COMENTADO 237
10:39 - Domingo, 13.09.2015

ALEX FERRAZ

A síndrome de Maria Antonieta
Paris. Não poderia haver local mais pateticamente significativo para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy (o Jacques Necker do governo atual...), anunciar que pretende aumentar ainda mais os escorchantes impostos que já pagamos neste País.
Só faltou recomendar àqueles, a maioria, que têm dificuldade, hoje, até para comprar um pão francês (êpa!), que comam brioches.
Os de bom conhecimento da história devem saber que, no final dos anos 1700, rolaram na guilhotina as cabeças de Luís XVI e sua mui digna esposa Maria Antonieta, após tentarem fugir de Paris em chamas devido à Revolução que, junto com a Revolução Americana, acabou trazendo a democracia para o mundo.
Enquanto durou a farra real, as festas e os gastos faustosos do palácio ignoravam solenemente a miséria crescente do povo, que não tinha o que comer, muitos viviam nos esgotos de Paris com os ratos e eram vítimas de impostos cada vez mais cruéis para alicerçar a mordomia.
Mas houve a revolta, a Queda da Bastilha e tudo aquilo que já sabemos, pelo menos aqueles que têm um mínimo interesse pela história da humanidade.
Vivemos hoje, no Brasil, situação anacronicamente semelhante. Em pleno século XXI, temos um governo que esbanja gastos e que insiste em que a população tem que pagar por isso.
E por falar em impostos, o senhor Levy, levianamente a meu ver, disse que o Brasil é o país que menos cobra impostos no rol da OCDE. Que seja! Mas veja o retorno que têm os cidadãos daqueles países.
Aliás, saindo de OCDE e coisas que tais, podemos viajar na maionese gelada dos países nórdicos, onde se paga uma fortuna em imposto de renda (em alguns casos, até 50% do que se ganha), mas são nações onde o retorno é palpável em Educação, Saúde, segurança pública, transporte digno etc.
Ora, pagaria eu, de bom grado, 50% ou até 60% do que ganho se pudesse sair às ruas sem sobressaltos, pegar metrô ou trem confortáveis, sem assalto, e ter educação e saúde dignas.
Mas, aqui, pagamos para manter uma casta maldita que só pensa em se locupletar. E quando vem a “crise”, a única atitude é tomar mais ainda dos que se matam no trabalho.
Pior de tudo é ver gente que se locupleta defendendo tais idéias.
Olha, isso é de uma insensibilidade que beira o absurdo!
Aliás, embora deteste o que esse sujeito pensa, sou obrigado a concordar com Eduardo Cunha, presidente da Câmara: propor aumento de impostos, notadamente de Renda, é uma burrice, um tiro no pé, um suicídio, dona Dilma!
Mas nada pode surpreender num País onde se faz festinha com striptease dentro na principal delegacia de combate ao tráfico, em São Paulo, com direito a delegado apalpando a bundinha do streaper.
Ou onde, numa cadeia feminina, faz-se uma festa na qual cocaína, maconha e crack são oferecidos a pessoas que se postam num fila e são chamadas como se estivessem numa feijoada de Carnaval em Salvador. E ainda gravam tudo e mandam para a internet! Vixe!

Trânsito como fonte de receita

Em São Paulo, o prefeito Fernando “Radar”, que transformou a fiscalização do trânsito em instrumento de arrecadação, e tão só (aliás, como se faz em Salvador), é pródigo em ciclovias (algumas assassinas) e em multas, multas, muitas multas. No entanto, a maior e mais rica cidade do País continua afundando com qualquer chuva mais forte. Eis aí um exemplo do que NÃO deve ser uma administração municipal...

“Salvador, embora não tenha a segunda maior frota, tem o segundo pior trânsito do Brasil”.

Caos no trânsito. Imobilidade total.
Quinta-feira, dia 10 de setembro, 9h50 da manhã, Avenida D. João VI (ou Frederico Coista, como também chamam aquele trecho), bem próximo da entrada do Engenho Velho de Brotas. Na porta da panificadora e mercado Planilha (conforme, aliás, já denunciei aqui inúmeras vezes), QUATRO caminhões fazem carga e descarga, e dois deles tomam TODA a calçada e parte da pista, onde colocaram cones. Engarrafando tudo e obrigando os pedestres a andar pela pista.
Eis aí um exemplo claro, numa situação contra a qual a Transalvador não toma providência porque não quer (repito: já foi denunciada várias vezes), de que a intenção dos órgãos de trânsito, hoje, principalmente em Salvador e São Paulo, é tão-somente multar, para arrecadar dinheiro para os cofres municipais. Educar, organizar o trânsito, para quê? Uma cretinice, mas...
Reparem a quantidade gigantesca de engarrafamentos que somos obrigados a enfrentar todos os dias.
E verifiquem se há algum agente de trânsito tentando por ordem nisso. Nunca.
Estão instruídos para multar e ponto final. Uma rapinagem.

As blitze e as baboseiras
Patética essa história de dizer que as blitze reduziram a criminalidade.
Não funcionam. Na semana passada, por exemplo, enquanto essas blitze infernizavam o trânsito, bandidos sequestravam funcionário público no CAB, rolava tiroteio aqui e acolá, um inferno.
Isso é pura fachada, coisa de meia horinha, para enganar otários.
O que funciona mesmo, mas que, no Brasil, políticos (legisladores) e Justiça não estão nem aí para aplicar, seria uma lei forte, um sistema prisional digno e polícias que agissem com a inteligência.
Enquanto isso não for feito, teremos a mesma merda de sempre. Podem anotar aí.

Lotéricas superlotadas e a imagem da Caixa
Só para enumerar algumas: Barbalho, BrotasCenter, Shopping da Bahia (ex-Iguatemi), entrada do Engenho Velho de Brotas, Avenida Joana Angélica (pelo menos duas) e tantas e tantas outras.
São casas lotéricas que estão, do primeiro ao último horário, com imensas filas. Torturam os clientes.
Ora, se não têm capacidade de atender à demanda, que fechem as portas ou ampliem seus serviços. O que não pode continuar é tratar desta maneira as pessoas que vão pagar contas, fazer depósitos, fazer retiradas ou até fazer jogos!
A Caixa Econômica Federal precisa fiscalizar isso, a bem da sua imagem. Ou não.





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