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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Bombas-relógio do Cáucaso III

 

NAGORNO-KARABAKH ou ARTSAKH


Território habitado historicamente por cristãos armênios, mas entregue ao muçulmano Azerbaijão por decisão do ex-ditador russo Josef Stálin, Nagorno-Karabakh significa “alto” ou “montanhoso” (Nagorno) e “jardim negro” (Karabakh). Tornou-se independente, “de facto”, em 1992, depois da guerra de 1988 que durou até 1994, envolvendo Armênia e Azerbaijão. O Ocidente conhece o novo país como República de Nagorno-Karabakh, mas em Armênio é República Artsakh do Alto Karabakh, sendo Artsakh o nome desta região como os armênios a conhecem há séculos.
Depois que a União Soviética tomou o controle da área, em 1923, formou-se o Oblast Autônomo do Nagorno-Karabakh (OANK), dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão, por decisão de Stálin. Nos últimos anos da União Soviética a região voltou a ser palco de conflitos entre armênios e azeris, o que culminou com a Guerra do Nagorno-Karabakh. Embora não seja reconhecido internacionalmente (mesma situação da Abkházia, Ossétia do Sul, Taiwan, Palestina, Kosovo e Transnístria), é um país independente, pois o Azerbaijão não tem condições de recuperar o território que já está nas mãos dos armênios locais há mais de 23 anos e a vizinha Armênia tem garantido a independência local, como a Rússia garante a da Abkházia e os EUA e União Europeia garantem o Kosovo.
Com 11.458 km², Nagorno-Karabakh tem a metade da área de Sergipe e uma população estimada em 150 mil habitantes, sendo 95% de etnia armênia, seguidores da Igreja Apostólica da Armênia, uma das razões principais pelas

quais se tornou independente do Azerbaijão, uma nação de maioria islâmica e que, por isso, sempre criou muitas dificuldades para os cristãos de Karabakh. A capital é Stepanakert, com 53 mil habitantes, que foi criada pelos russos soviéticos no início do século XX.
Só justifica a ida para o turista brasileiro que tenha ascendência armênia e que queira ajudar seus compatriotas que estão tentando edificar um novo país. Agora, sabendo que é uma região disputada com um país islâmico, no caso, o Azerbaijão, e que há um potencial imenso de uma guerra irromper a qualquer momento, é o tipo de destino perigoso.
Se for, não me chame.

Site do Ministério de Relações Exteriores de Nagorno-Karabakh: http://www.nkr.am/en/





Bombas-relógio do Cáucaso II


 AZERBAIJÃO

Tem-se como origem do nome a palavra persa “azar”, que significa fogo, daí, Azerbaijão seria a “Terra do Fogo”. Praticamente o mesmo tamanho e população da Áustria, com a diferença que a maioria do povo azeri não vive lá: são 8,4 milhões dentro do país e quase 20 milhões no Irã, onde formam a maior minoria. Faz fronteiras ao Norte com Rússia e Geórgia; a Oeste. Armênia; ao Sul, Irã e a Leste é banhado pelo Mar Cáspio. Embora, desde a independência da extinta União Soviética, o governo de Baku tente convencer ao mundo que é uma democracia parlamentar, na verdade é uma ditadura islâmica. Os cristãos, por exemplo, sequer podem editar a “Bíblia” na língua Azeri (uma língua de origem turca, mas escrita com o alfabeto latino). Baku jura de joelhos que é uma democracia que respeita não só outras religiões que não a maometana, como também permite a livre manifestação política. Mas, na prática, o governo controla tudo. País rico, por conta do petróleo, o Azerbaijão pertence ao Conselho da Europa, mas não respeita os Direitos Humanos consagrados por esta organização, mantendo estrita vigilância política e religiosa sobre a população. Deveria ser parte de um “Conselho da Ásia”, pois suas instituições e cultura têm tudo a ver com as tiranias asiáticas e não com as democracias europeias. Caia fora deste “azar”!

Site oficial de turismo: http://www.azerbaijan.travel/

Site mostra como é difícil a vida de um cristão no Azerbaijão: http://www.portasabertas.org.br/noticias/2013/10/2741584/

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Bombas-relógio do Cáucuso I


ARMÊNIA

A Armênia é um destes países cujo nome pelo qual é conhecida dentro de suas fronteiras não tem nada a ver com o nome pelo qual é chamada pelo resto do mundo, tal como acontece com Alemanha (Deutschland), China (Zhonghua), entre outros. Os armênios chamam seu país de Hayastan. Faz fronteira a Leste com o Azerbaijão, a Oeste com a Turquia, ao Norte com a Geórgia e ao Sul com Irã e Azerbaijão (região de Nakhtchevan). Embora situada na Ásia, a Armênia é considerada um país europeu por razões culturais, assim como o Azerbaijão muçulmano é asiático, pelos mesmos motivos. Com uma área de apenas 29.743 km², é praticamente do tamanho do estado brasileiro de Alagoas e a população de 3,2 milhões de habitantes é muito menor do que os armênios que vivem fora do próprio país: 8 milhões de armênios estão espalhados em vários países do mundo, com maior concentração na Rússia, França, Irã, Estados Unidos e Brasil. Entre nós, com expressiva presença na cidade paulista de Osasco.

Desde a sua independência da antiga União Soviética, em 1991, luta contra dificuldades econômicas terríveis e hoje vive a ameaça de se tornar, novamente, um satélite da Rússia, tal como acontece com a maioria das ex-repúblicas soviéticas que ficaram independentes, mas não tiveram condições de se manter, como Bélarús (Bielo-Rússia), Ucrânia, Cazaquistão, entre outras.

Historicamente perseguidos pelos turcos, os armênios foram massacrados por aquele povo em 1915, sendo 1,5 milhão dizimados pelo Império Otomano. Hoje, a Armênia é um país pobre, com alto índice de desemprego e sem nenhum atrativo maior para o turista, pois sua infraestrutura é reduzidíssima

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por conta da última guerra contra o Azerbaijão e, além disso, dividida politicamente entre aqueles que querem sua adesão à União Europeia e os que defendem um retorno à esfera de influência da Rússia, tal como acontece na Ucrânia.

Não é lugar para passear, a não ser que você seja um descendente de armênios e deseja conhecer seus antepassados e ajudá-los na difícil tarefa de edificar uma Armênia independente, custe o que custar. Que este povo merece esta consideração, não há como questionar.

Filme sobre o país: "Rapsódia Armênia", 2012, de Cesar Gananian, Gary Gananian e Cassiana Der Haroutiounian. Mostra o dia a dia dos armênios através de música e imagens emocionantes.

Site do Consulado da Armênia em São Paulo: http://consuladodaarmenia.com/

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