TONy PACHEco
A quantidade de gente que sai de Salvador em cada festa é uma velha
obsessão da mídia: antes do Carnaval, antes do Réveillon, na Semana
Santa, no São João. Agora, NUNCA EXISTIU um órgão público, nem da
Prefeitura nem do Governo do Estado que tivesse feito, até hoje, um
levantamento sério. Nem prefeito nem governador querem mexer, pois isso
OS OBRIGARIA A ADOTAR MEDIDAS SEVERAS em torno da quantidade
de funcionários públicos que ELES LIBERAM nestes feriadões, DEIXANDO A
POPULAÇÃO SEM ATENDIMENTO. Ao admitirem a mentira de que TODO MUNDO SAI
DE SALVADOR em época de festas, ficam livres para descuidar do
transporte público, do policiamento da capital, dos plantões de socorro
médico e de defesa civil, enfim, AFROUXAM TODOS OS SERVIÇOS PÚBLICOS,
sem exceção. Mas a verdade que se nota nos bairros da cidade,
principalmente nos bairros populares, é que ESTÁ TODO MUNDO EM SALVADOR,
saem apenas os mais ricos e os mais pobres ensandecidos, mas a MAIORIA
ESMAGADORA fica numa capital ABANDONADA PELOS SERVIÇOS PÚBLICOS
ESSENCIAIS. Tiram ônibus de circulação, dão folga a médicos e
enfermeiros, a bombeiros e policiais, enfim, a esculhambação de sempre
levada à enésima potência. E isso, sem falar na QUANTIDADE DE TURISTAS
que chega a Salvador nas mesmas datas: Réveillon, Carnaval, Semana Santa
e São João, que também devem ficar estarrecidos como os serviços
públicos são desativados pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. No
afã de agradar os servidores públicos (grandes eleitores), desmantelam
os serviços nos feriadões e não atendem aos turistas que chegaram nem à
maioria dos soteropolitanos que ficou aqui. E a mídia embarca bonitinha.
A imprensa, sem NENHUM PARÂMETRO CIENTÍFICO, vomita estatísticas de
quantos saíram de Salvador nas festas e nem sequer se lembra de tentar
verificar quantos entraram em Salvador nas mesmas festas. Um caos
estatístico, bem ao gosto das "ôtoridades" estaduais e municipais da
Bahia.
Quem fica em Salvador ou quem chega como turista nesta época
de feriadões se se envolver em qualquer acidente, tiver problema de
saúde ou de segurança, precisar se deslocar, come o pão que o diabo
amassou na capital baiana. E vâmo que vâmo!