Filmes Comentários

quinta-feira, 31 de julho de 2014

VARELA DETONA: "BRASIL NÃO TEM PARTIDOS, TEM QUADRILHAS".

tonY paCHeco

"Varela chama partidos de quadrilhas"
("Balanço Geral", TV Record, 31.7.2014, 7h15)

O radialista Raimundo Varela, um homem da grande mídia, diz em seu programa de hoje exatamente o que o povo pensa. É uma catarse! E ainda adicionou a trilha sonora, a tradicional "Se gritar pega ladrão!".
Confira o link, pois a música é memorável:

https://www.youtube.com/results?search_query=se+gritar+pega+ladrao+n%C3%A3o+fica+um+meu+irm%C3%A3o

Confira a letra do fundo musical:

                 "Reunião de bacana"

Fundo de Quintal

Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um...
Você me chamou
Para esse pagode
E me avisou
Aqui não tem pobre
Até me pediu
Prá pisar de mansinho
Porque sou da cor
Eu sou escurinho...
Aqui realmente
Está toda nata
Doutores, senhores
Até magnata
Com a bebedeira
E a discussão
Tirei a minha conclusão...
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não, não fica um...
Lugar meu amigo
É minha baixada
Que ando tranqüilo
E ninguém me diz nada
E lá camburão
Não vai com a justiça
Pois não há ladrão
E é boa a polícia...
Lá até parece
A Suécia bacana
Se levam o bagulho
Se deixa a grana
Não é como esse
Ambiente pesado
Que você me trouxe
Para ser roubado...

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Dinheiro

Ricardo Líper

Tenho observado que todos os partidos, e, acredito, em quase todas as partes dos mundo os seus membros, como todos nós, só gostam de dinheiro. Daí  vou fazer a analítica do dinheiro e da política partidária. 

1 - A filosofia é uma crítica das idéias e de como elas interpretam as coisas. Por isso a análise crítica dos fatos é que trazem a entendermos o que ocorre em nossa volta. 

2 - Marx já tinha percebido que tudo é o dinheiro. E dividiu, o que se fala para justificar ganhar dinheiro, convencendo o outro que não gosta de dinheiro. Quando na realidade o dinheiro é que está na raiz de tudo. Chamou dizer para si e para os outros que não gosta de dinheiro de ideologia e, hoje, os mais jovens filhos do povo em geral, chama de baratino. 

3 - Existem dois tipos de se lidar, nesse contexto, com o dinheiro. O que sabe que só gosta do dinheiro e usa o discurso para conseguir mais dinheiro dos ingênuos e o que o faz inconscientemente. Surge aí a análise freudiana. Alguns conseguem acreditar no que falam ideologicamente. Na realidade, inconscientemente, só querem é dinheiro. Daí se ajustam a todas as formas de alianças para não perder o poder porque para um político, em sua profissão, só pode ganhar dinheiro se estiver no poder. O que sublima o desejo de ganhar dinheiro por uma ideologia ou mil justificativas pessoais e políticas é que o faz acreditar que está fazendo o bem da humanidade e não só ganhar dinheiro.

4 - Diante disso acho tolice se ficar discutindo ideologias, comparando partidos, achando ou deixando de achar. Deixem as coisas rolar. Eu não tenho nenhum interesse, a partir dessa epifania, de me interessar sobre os pensamentos filosóficos e as justificativas dos políticos. 

5 - Vamos,portanto, todos ganhar dinheiro. A sociedade é capitalista e a jogada é essa. A mudança das injustiças e do caos que vivemos só ocorrerão quando os interessados na mudança se organizarem e pressionarem esses políticos, sejam de que partidos forem, para, interessados em ganhar dinheiro, cederem as reivindicações. Foi por isso que, sem querer esperar a utopia prometida por alguns desses partidos e de seus políticos, as mulheres criaram o feminismo, os que gostam do mesmo sexo as lutas pela sua liberdade, os negros e outras culturas também. Quando um político, mesmo homofóbico, racista, no fundo da alma, percebe que a população que vota não quer mais homofobia, racismo, bater na mulher ele se diz não racista, a favor do feminismo e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Porque o que lhe interessa é o voto e voto o leva ao poder, quer dizer, o emprega e é, portanto, dinheiro que ele vai ganhar. Da mesma maneira que eles fazem acordos, que eles unem partidos devemos também fazer o mesmo sem ser político profissional:  Votar em que lhe beneficiar ou não votar em ninguém porque você não precisa porque ganha seu dinheiro com sua profissão que lhe dá o sustento. Agora, se sua empresa mama nas tetas do poder faça até campanha. Sou inteiramente a favor de se ganhar dinheiro. Essa é a grande intuição de Marx: tudo é o dinheiro. E o melhor é quando o ideal e as utopias como socialismo, democracia leva a ganhar dinheiro. Isto é, outros baratinos, para levar os otários a garantir o emprego dos candidatos para ele ganhar dinheiro. A realidade da vida é apenas essa coisa tão simples: todos gostam de dinheiro. Só pense em ganhar dinheiro honestamente que é melhor do que no crime porque sendo desonesto você pode ser descoberto e perde a paz de sua vida. Siga as leis e as obedeça fielmente. Se você tiver muito dinheiro partidos, governos não passam de comédias. Isto é, no vocabulário real do brasileiro, indivíduos profisionais em comediar uma população. Se não entendeu o que escrevi chame uma pessoa do povo que ela explica o que é. O resto e o vento levou. 


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Nunca fomos uma democracia e não somos atualmente

Ricardo Líper

O Brasil nunca foi uma democracia. O que existe é uma maquiagem de democracia. Sei que existe uma constituição, que votamos, mas entra e sai governo e continua a ditadura amarronzada por detrás da vida cotidiana que nos oprime.

Vou mostrar como essas pequenas atitudes e regras autoridades e mesmo leis criam uma ditadura disfarçada de democracia.

Um pequeno exemplo:  o reconhecimento de firma. Só existem, me parece, aqui e no Egito.

A finalidade você perder tempo no cartório. É uma tortura ditatorial isso. Se apropriam do seu tempo para ser feliz e o encerra na infelicidade de um cartório. E você paga, quer dizer, lhe tira seu dinheiro conseguido na maioria das vezes, com muito sacrifício. Continua no próximo capítulo.

domingo, 27 de julho de 2014

Correios

Ricardo Líper

Estudo Foucault entre outros filósofos.  Filosofia contemporânea. Ensinarei no próximo semestre Filosofia Contemporânea. Não encontrei o livro nas bibliotecas de Salvador, que por ironia se chama Por uma vida Não fascista abaixo o código dos correios: http://websro.correios.com.br/sro_bin/txect01$.QueryList?P_LINGUA=001&P_TIPO=001&P_COD_UNI=RE712051026BR.

Comprei pela estante virtual. Até agora não recebi esse livro. Não sei quando vou receber.

A pergunta é: devo ficar calado? Devo ser compreensivo? Não poder trabalhar alguns dos artigos desse livro, de professores estudiosos de Foucault, com meus alunos porque não consegui nem nas bibliotecas nem através dos Correios um livro que eu comprei com meu dinheiro para já, pacientemente, consertar a falta de boas bibliotecas?
 Não se pode, então, nem desabafar porque aí estamos contra  a ou b de tal ou qual partido?

Afinal estamos ou não em uma ditadura, um patrulhamento, em uma tentativa de amordaçar quem nem discorda totalmente de um grupo ou outro, mas não pode ficar calado diante das injustiças vividas cotidianamente que nos prejudica e a terceiros?

Eu nada tenho a ver com partidos. O meu problema é quando me agridem. Acho isso uma agressão. Não nasci para ser agredido, espezinhado, atrapalhado no meu trabalho que levo a sério e tenho o testemunho dos meus alunos. Logo esse blog tem essa função porque a internet permitiu, finalmente, a verdadeira  livre expressão da verdade.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ALGUÉM DO PT PODE ME RESPONDER?

toNY pachECO
Vejo no Facebook e em toda a mídia, acusações de partidários do PT de que "azelitebranca" é quem está revoltada, pois o povo "está feliz". Quero contar três coisas que estão acontecendo dentro de minha casa e perguntar ao PT se eles têm uma resposta:
1) DETRAN - Inventaram uma "vistoria anual" pra carro com mais de 10 anos. Isto é, carro de quem é pobre e não tem dinheiro pra comprar um carro novo. Quando você chega no DETRAN descobre que tem que acordar 4 da madrugada pra ser atendido, depois de uma fila quilométrica a céu aberto. Lá pelas 11 da manhã você chegará ao guichê. E deixa uma dinheirama em "placa nova" obrigatória, taxa disso e taxa daquilo. E um mau atendimento de ARREPIAR... A quem interessa penalizar o proprietário de veículo antigo? Alguém no governo que quer obrigar o cidadão a comprar um veículo novo. Talvez... Aí tem... Ou é "azelite branca"?
2) SAÚDE - A Secretaria da Saúde da Bahia está marcando pra daqui a um ano exames emergenciais de pessoas com 70 ANOS DE IDADE. Está acontecendo aqui dentro de casa e ainda quer obrigar a pessoa idosa a pegar filas de madrugada pra conseguir senha. Isso é coisa "dazelitebranca" ou é o governo do estado que insiste em não funcionar?
3) CORREIOS - Esta vai para a Dilma, pois esta estatal é do governo federal. Há mais de um mês os Correios na Bahia não entregam correspondência em dia. Documentos importantíssimos estão deixando as pessoas inadimplentes com seus seguros-saúde, cartões de crédito, licenciamento de carro, enfim, estas coisas que nós pobres vivemos 365 dias por ano ATOLADOS pagando. Hoje (25.7), por exemplo, recebi uma fatura vencida em 2 de julho... Isso é coisa "dazelitebranca" ou simplesmente estão DESMORALIZANDO OS CORREIOS PRA DEPOIS PRIVATIZAR? 
Não tenho resposta para estas questões. O que sei é que "a direita", DESTA VEZ, não precisa fazer propaganda nenhuma. As pessoas JÁ NÃO AGUENTAM MAIS tanta falta de competência e tanto DESPREZO por nós, cidadãos pagadores de contas. 
Em tempo: votei em Lula no primeiro mandato e votaria de novo em Dilma, Rui ou qualquer outro do PT, sem nenhum problema. EU SÓ QUERIA QUE O ESTADO BRASILEIRO FUNCIONASSE. Só isso. E ISSO EU NÃO TÔ VENDO. 


Annefrankismo

Ricardo Liper

Estou cada vez mais entusiasmado com o annefrankismo. A arte de narrar o seu sofrimento na relação de poder com empresas públicas ou privadas assim como tudo que nos afeta. É um diário das nossas injustiças sofridas. É uma terapia e um estilo de literatura. Estilo de literatura porque não é só um diário, mas um diário seletivo do que os outros nos fizeram que gerou sofrimento e nos afetou.  Nunca pensei que poderia criar uma nova terapia, se é que é nova. Não é nova porque muitos a praticavam sem saber que pode ser uma excelente terapia para o corpo e para alma. Eu pretendo ampliar e oferecer, gratuitamente, um método para as pessoas aliviarem o estresse, talvez a depressão, e serem mais felizes. Outra coisa importante, que é responsabilidade nossa: estamos contribuindo para os pesquisadores sociais, para os historiadores com dados fornecidos para eles pesquisarem para constituir a imagem de uma empresa, talvez de um país, talvez até de um governo. Vocês não podem imaginar como é importante a prática do annefrankismo. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Correios em Salvador

Ricardo Líper
Uma das coisas que acho mais importante é narrar o que acontece de ruim comigo. Além de contar a todo mundo oralmente, narrar como um estilo de literatura que não sei se já está catalogado. O narrar suas dificuldades impostas pleos outros, por grupos ou empresas. Anne Frank, com o seu diário, no meu entender, fez um trabalho importantíssimo. Recentemente vi também um filme excelente baseado em fatos reais que foram narrados em um livro sobre como um negro livre foi escravizado de novo. Espetacular. Não deixem de ver Anos de Escravidão baseado nesse livro que é a historia real de Solomon Northup. Ele escreveu sobre suas torturas e injustiças, depois, quando conseguiu se libertar. Acho isso um tipo de literatura muito importante porque desnuda a injustiça pura e simples. O que mais gostei nesse filme foi uma cena em que o dono dos escravos, que os explorava debaixo das mais violentas atrocidades, os reunia e lia a Bíblia. A perversidade, as relações de poder, transcendem e se exercem sob qualquer bandeira, ideologia e religião. Ela é por si só completa. Não precisa justificação. Outra coisa: suas explicações não importam. Nem precisa se saber se suas justificativas são mentiras, ideologias. O que interessa é a injustiça, o prejuízo causado ao outro seja sob que pretexto seja. 
Então estou narrando aqui minhas dificuldades quando não recebi mais minhas contas para pagar e nem os livros que comprei na Estante Virtual. Ou seja, recebi um depois de um mês e não sei se receberei os outros, ou melhor, quando receberei. O fato é esse. Não me interessam as explicações. O que me interessa é que eu fui afetado, sofri com isso, tive uma série de contratempos e não posso nem devo deixar passar assim sem nenhuma reação. É preciso registrar e isso estou fazendo. 
Então estamos aqui ampliando esse estilo de literatura que é narrar, sem comentários ou explicações, aquilo que nos afeta. Não interessa quem fez, qual sua cor, qual sua crença, qual sua maneira de pensar, a que partido pertence nem como explica sua negligência, sua falta de respeito ao outro, suas mentiras ou verdades que não os inocentam. Narra-se apenas o fato. Sugiro também que façam isso. Narrem por escrito, datado. Vocês não imaginam como isso é importante. Narrar simplesmente. Apenas narre não precisa aumentar, não precisa caluniar. Hoje podemos narrar na internet. Não me interessa o que ocorreu para eu não receber meus livros comprados, os boletos de minhas contas e o sofrimento infligido contra mim. Empresas privadas ou estatais visam ganhar dinheiro. E para isso fazem tudo que podem. Assim são criadas e assim operam. É um fato. Portanto, o que elas falam não me interessa. A questão não é ela se explicar se está mentindo ou não. Não lhes dou essa chance. Não quero que alguém me explique o que faz. Só me interessa narrar o que me prejudicou. Se me prejudicou eu conto. Se me afetou eu conto. Por que ficaria calado?  O sofrimento infligido pelo outro à nossa pessoa deve ser narrado. Apenas isso: contado por escrito, para ficar para a eternidade, o que ocorreu com a gente. Um diário de nossas adversidades infligidas pelos outros.  Faz mal você sofrer calado. Todo seu corpo sofre e também o seu sistema imunológico. É uma terapia narrar. É a conselho médico, portanto. Aliás muita gente paga caro a um terapeuta para narrar as suas injustiças e maldades que as estão afetando. Eu prefiro criar uma terapia nova: narrar o que me afeta para todos na internet ou nos meios que puder pra divulgar e, o mais importante, registrar para a eternidade para os pesquisadores do futuro. Vamos praticar o  annefrankismo.
Agora, um detalhe, conserve ou gere documentos para confirmar o que você está contando e só fale e descreva o que lhe aconteceu, de fato, friamente, sem aumentar ou diminuir, citar nomes de pessoas ou interpretar o que fizeram com você. Lembrem-se nesse diário de seu sofrimento que só importa narrar os fatos pura e simplesmente. Apenas isso. Não ofenda. Seja delicado com os funcionários. Mas narre o que lhe aconteceu porque é uma questão médica que fará muito bem a seu corpo. A narração pública de seu sofrimento motivado por empresas públicas ou privadas é uma das melhores terapias e remédio para evitar ansiedade, depressão. Como o povo diz: desabafe. Ah! que alívio.  

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O que é a direita brasileira

Ricardo Líper

Me permitam pular uma conceituação tradicional de direita e esquerda. Vou escrever como senti a necessidade de definir o que entendo como a direita neste país em que vivemos.

1 - Nosso país é capitalista. Embora hoje não se fale mais assim. Capitalismo é simples de entender. Conseguir a qualquer custo dinheiro, capital, para, ao acumular, explorando os outros, se sentir seguro e viver melhor do que os outros que o próprio capitalista subjuga. Simples de ser entendido. Se entende também que a direita defende esse sistema econômico, gosta dele e faz tudo para produzir o capitalista perfeito. 

2 - Vivemos, durante nossa história, ditaduras desde o descobrimento. A democracia é muito recente, nova. Foi descontínua e só agora, com todos os seus defeitos e com uma grande herança de ditaduras e seus traços, como burocracias sufocantes e possibilidade de opressão oficial baseadas nessas leis burocráticas, se vive uma mescla de democracia com ditadura. É nessa mescla que na parte das leis ditatoriais a direita se aloja. 

3 - Na atualidade, surgiu o individuo de direita.  Qual é o perfil desse sujeito? O que é que ele pensa? O que ele faz? 

4 - Ele não tem uma ideologia e nem se diz, muitas vezes, de direita, conservador. Porque, na realidade, ele não pensa. Ele apenas quer dinheiro e para isso não hesita em fazer todo tipo de crime. Sim, crime. Porque usar um pistolão para empregar seus filhos, parentes e amantes no serviço público é um crime que atravessou os séculos de nossa história e chegamos ao que chegamos: uma país subdesenvolvido onde sua população vive na miséria, não há saúde, não há escolas, não tem segurança para se sair de casa nas cidades brasileiras porque os destituídos estão em guerra civil permanente contra seus opressores. 

5 - Bem, mas vamos entender o que é o sujeito de direita e como ele age, fala e vota hoje. Ele tem uma imensa herança e imensa saudade de um paraíso do passado que tem a ver com a nossa escravidão. Nessa escravidão tinha o nhônhô dono de engenho, poderoso, branco da terra (branco da terra é essa cor pálida de mestiçagem brasileira) que dominava mulheres, filhos e negros escravos. "Ô tempo bom", pensa o sujeito de direita se entendendo como um nhônhôzinho ainda. Ele se vê ainda como candidato a nhônhô. Isso significa hoje ter aspiração a ser de novo... Dominar mulher e filhos. A mulher dependente dele, uma puta de luxo, portanto, vendida pelo pai a ele que tem dinheiro e posição social, tratada aos berros, ele com amantes que ela sabe, mas não diz nada, se não apanha. As filhas vigiadas por todos porque é moeda de troca. É com elas que, através dos casamentos com outros nhônhôs, pode ter nos genros gente importante para lhe garantir nas suas rapinagens. Ele cria uma rede de contatos, além dos familiares, para destruir a economia e a sociedade de qualquer país. 

6 - Tempos bons aqueles para o nhônhôzinho. Mas ocorreram poucas mudanças no Brasil e, mesmo assim, os nhônhôzinhos de hoje morrem de saudade do passado. E assim formam a direita nacional. 

7 -  Acham um absurdo mulher virar gente como ele. Estudar, trabalhar, divorciar, não tomar porrada calada. Ah! Como lamenta. Não diz, claramente, ou diz coisas com frases enigmáticas como: "tempo bom é quando havia respeito". Os filhos, também dominados por ele debaixo de porrada que ele hoje lamenta e diz que estamos como estamos porque não se espanca mais os filhos, não se expulsa filhas desavergonhadas de casa.  

8 - "E, o pior, veado virou gente, casa até." Para o nhônhô, nos bons tempos veadagem era crime. E veado se matava ou o obrigava a suicidar-se. 

9 - E negro virar gente é que foi demais. Porque, até há bem pouco tempo, era assim: botava a negra para trabalhar na sua casa, a criada como era chamada, não tinha horário para terminar. Às vezes, o nhônhôzinho a estuprava. E, quando velha, caso chegasse a tal, era mandada embora. O negro ele chamava para pintar uma cerca e depois dizia: "neguinho, vou lhe dar como pagamento duas mangas. Nunca chupou manga."
Aí, ele e os outros nhônhôzinhos morriam de rir. 
Agora, a criada tem até carteira assinada, o negro virou gente, pode ter respeito próprio, que buscou na cultura de seus ancestrais, virou afrodescendente e dá um preço ao seu trabalho. Caiu o mundo do nhônhôzinho. "Até bolsa família tem para essa gente. Por isso ninguém quer trabalhar. É só fazer filho e pronto." É aí que o sujeito de direita revela o que pensa. Ele não percebe, o idiota, que é para tirar da miséria absoluta uma população excluída devido à imensa corrupção que os senhores de direita fizeram neste país desgraçado e miserável devido à sua ação sistemática durante anos. 

10 - A direita não muda, claro. Ela quer fazer o tempo voltar ou viver destruindo o que restou do país, sempre sob a sua tutela. Ela quer é fazer negociatas. Empregar sua família e amigos na rede do Estado. Viver às custas de jogadas como sempre fizeram. Explorar os outros, dominar, ser ditador nos seus domínios, casa, trabalho, propriedades adquiridas sempre como resultado de roubos e exploração e apoiar, portanto, partidos e políticos de direita porque pensam igual a ele e  vão garantir seus privilégios, seu racismo de araque, para ter mão de obra miserável para explorar e por aí vai. Eles destruíram o país e são os únicos culpados. Estiveram no poder durante séculos e criaram a merda que somos nós. Nós somos um país de mil tons de marrom

11 -  Eu desconfio da direita quando ela fica revoltada com o PT. O PT não gosta de mim e só faz me ofender, portanto, posso falar à vontade. Porque alguns, nessa frente ampla mais à esquerda do nhônhôsismo,  querem ser aceitos sem nenhuma crítica. O PT procura, como muita dificuldade e manobras políticas, democratizar um pouco este país destruído. O PT é uma criança de 12 anos enquanto essa direita fascista, safada, tem séculos destruindo o Brasil.  Com todo tipo de traição e desprezo pelo nosso país essa corja de direita o destrói sistematicamentre. Chegou ao extremo de vender ao estrangeiro o governo do país , instaurando uma vergonhosa ditadura, que muitos deles, hoje, elogiam e querem que volte. Liquidaram o nordeste com governos locais feudais que destruíram muitos estados brasileiros e os tonaram inviáveis. Esses brasileiros traidores só querendo amealhar dinheiro e poder, estão ainda, com sua maneira de agir, destruindo o que resta. Em breve, se dermos chance a essas criaturas, seremos um melancólico e imenso Haiti. Os Duvalier existem em cada esquina do Brasil. 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Lamentações

Ricardo Líper

1 - Nossa posição sempre foi de independência. Quer dizer, sem fazer propaganda ou aceitar calados grupos que se acham de esquerda ou os que são de direita.

2 - Mas, no jogo do poder, quando se critica uma dessas facções, a outra fica satisfeita e, portanto, nada ganhamos com isso.

3 - Não acredito mais em mudar a sociedade tomando o poder. O poder tem, e atrai por isso, uma lógica própria que é o autoritarismo e a corrupção. Sempre foi assim na imensa maioria de governos e na maioria dos países. Com momentos mais agudos que liquidam o país, como o Haiti, por exemplo, entre outros. Nós estamos estagnados, o que ocorre também com alguns países como o nosso. Dai se  criou um país incapaz de poder garantir a todos uma vida simples, mas digna. Existem estratégias do poder pelo poder que liquidam qualquer tentativa de se criar uma sociedade socialista e democrática no sentido real da coisa. 

4 - Por outro lado, a democracia como se conhece em países como o nosso, permite, mesmo sob uma capa democrática, através da burocracia excessiva, o exercício de uma ditadura sobre seus habitantes. Tem voto, elegendo o governo, tem constituição, mas também tem milhares de pequenas regras que permitem aos governantes exercer um poder absoluto baseado nas imensas firulas de pequenas leis dessa burocracia bem  manipulada por políticos espertos que sabem usar ditatorialmente as leis. 

5 - A história recente só é de decepção. Decepção essa com o socialismo que virou stalinismo, com a queda dos países socialistas em quase todo o mundo e com uma democracia que, nos parece, nem chegou perto do que se vê na Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Finlândia... O resto oscila entre uma democracia mais real e uma democradura, isto é, uma democracia burocrática que permite ao governo ter uma fachada democrática e exercer, em vários setores, um regime ditatorial atrasando o país e liquidando o povo. 

6 - Os libertários fizeram esse alerta desde a Primeira Internacional dos Trabalhadores e lá se vai mais de um século... 

7 - O que estamos presenciando hoje como mudança da vida das pessoas tem sido inspirado no pensamento de Foucault. Foucault descobriu que, em toda sociedade, o que existe são relações de poder. E, essas relações estão em todos os lugares. Entre o pai e os filhos, entre o professor e seus alunos, entre psiquiatras e os pacientes, entre médicos e doentes, entre vizinhos, entre o síndico e os moradores de prédios. Enfim, todos nós, em maior ou menor grau,  somos potencialmente fascistas e, por isso, gostamos de exercer nossos pequenos poderes como se fôssemos hitlerzinhos. A saída é a luta não só mais de classes mas, sem a menosprezar, mas a luta de todos os oprimidos nas relações de poder nessa luta pela sua liberdade sem teleologia, sem ficar esperando que no futuro viverão melhor através de um santo (partidos, ideologias, políticos) ou salvadores da pátria. O exemplo é o aqui e agora com a luta das mulheres, dos negros e outras tonalidades de cor e tipo de pálpebras e dos que exercem sua liberdade sexual. 
A sociedade muda, portanto, de baixo para cima e não de cima para baixo perseguindo uma utopia que será alterada pelos jogos de poder dentro do partido, do governo e do Estado. E o poder demagógico diante dessas lutas dos oprimidos, não pode ficar sem apoiar porque ele vive em uma democracia de votos e todo grupo grande de pessoas atrai o candidato, mesmo que ele não concorde com elas, ele tem de se curvar e exercer uma falsidade estratégica e política para se eleger. Vai, portanto, a reboque. 
 O que devemos fazer é cuidar de si, sermos os mestres nós mesmos. Relaxar. 

8 - Este blog é um blog Foucaultiano. A nossa política não fala de partidos nem de ideologias, mas da vontade de poder e vontade de saber para dominar. Para quê se perder tempo com os discursos de políticos de uma república de bananas de Terceiro Mundo ou com seus atos bizarros e cômicos ocupando nossa mente com isso quando podemos estar lendo Kafka e revendo Fellini? Kafka descreveu em seus livros, com precisão, o que é o Brasil. Acompanhe um processo, encare a burocracia de o castelo. Se vivesse aqui teria feito uma obra maior em volumes do que Balzac. A transformação que queremos é da sociedade para que todos vivam melhor. E isso não passa por nenhum tipo de partido, governo, quem foi eleito ou deixou de ser porque a diferença deles é a mesma de coca-cola para pepsi-cola. Tem alguma, mas tão tênue... Todos só querem o poder para exercer a democradura. E se um de nós se candidatasse e ganhasse teria a auto-decepção de perceber que o governo é uma besta magnífica, ele nos engoliria. Faríamos coisas que jamais pensamos em fazer e terminaríamos sendo uma simples peça de um grande circo de horrores. 

9 - Reveja esse lindo filme curto de Fellini: As Tentações de Dr. Antonio. É parte de Bocaccio 70. Deve estar disponível  no Youtube ou nas locadoras em DVD. Não é alegoria a nada nem criticando ninguém. Veja como ele criou uma obra de arte. Repare a integração da música com a imagem. Não é melhor do que as covardias (no sentido que os homens dão para injustiças) de nossos (e de outros países também) candidatos a qualquer coisa?